Avisámos sobre segunda-feira passada. Dissemos aqui que se preparava uma batalha. Fomos os únicos a deixar clara a sua dimensão. Os que não leram o chornal não chegaram a saber de nada. Em vez disso, puderam ler sobre o Benfica campeão, a visita do papa, a talvez namorada talvez grávida talvez do CR e a professora de Mirandela que terá mostrado a conassa na playboy. É para isso que servem os jornais (de referência).
Mesmo agora, quem vê os jornais e as TVs portuguesas continua a não saber nada sobre a segunda-feira. Somos um país de segredistas fascistóides. Um país em que quem divulga as notícias é irresponsável. Mesmo depois de serem do conhecimento público. Aqui vai um extracto do Bild de 3ª feira, em que contam o que aconteceu no domingo passado:
ECB chief Jean-Claude Trichet eventually held a metaphorical pistol to their heads, warning – like IMF boss Dominique Strauss-Kahn – of a ‘meltdown’ the following Monday if nothing happened. (…) On Friday the money markets were hit just like they were before the Lehman Brothers collapse, sending out a red alert. (…) And so Chancellor Merkel capitulated.
Este episódio é mais uma inacreditável não-notícia. Uma daquelas que não chegam aos media portugueses. Na sequência deste episódio, a UE avançou com 4 vezes o custo anual das guerras do Iraque e do Afeganistão somadas. Por enquanto, os mercados estão a reagir favoravelmente. Ninguém sabe no que isto vai dar, nem mesmo o chornal. Assim que soubermos, informamos, o que é mais do que o que os outros fazem.
P.S.: “We are facing the most difficult situation since the Second World War — perhaps even since the First World War.” – acaba de dizer ao der spiegel o Trichet, presidente do BCE. Uma maneira de dizer também que a semana não lhe correu bem. Provavelmente uma maneira de dizer que esturricou uma quantidade de dinheiro inimaginável.
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