Exportar, exportar, exportar sempre. Hoje mesmo o sr. sousa inaugurou uma trampa qualquer para facilitar as exportações. E alertou para a necessidade de exportar mais.
O chornal está sempre à frente. Há muito que falámos aqui da importância do VAB. A propósito da Quimonda, o então maior exportador nacional. VAB, valor acrescentado bruto. E o que se disse aqui? Que ninguém nos diz qual é o VAB desses grandes projectos. E porque se esconde o VAB desses projectos? A suspeita já andava nas nossas cabeças há décadas. A suspeita de que aquilo que nos apresentam como grande coisa provavelmente não é. A suspeita de que esses grandes projectos não valem um peido. E que, ao esconder os números do VAB, as autoridades e os cientistas do regime nos escondem a verdade.
Agora, no jornal de negócios, a surpresa: o saldo das principais empresas exportadoras na balança de pagamentos é negativo. Em mais de 1% do PIB! Ou seja, o resultado da sua actividade é um acréscimo das exportações inferior ao acréscimo que provocam nas importações. Confirmam-se os piores receios dos peritos do chornal. Quanto mais essas empresas operam, mais enterram a balança de pagamentos nacional.
É uma inacreditável não-notícia. Porque, sendo uma monstruosidade, é dada sem o devido destaque. E porque nunca o cidadão de tal foi informado, ao longo de mais de uma década. E é uma barbaridade. Perante isto, toda a conversa dos senhores engravatados que falam da nossa economia na TV não passa de uma cagada. Já não temos uma doença (défice) para a qual procuramos uma cura (crescimento das exportações). Temos uma doença que mata (défice) e que é alimentada pela suposta única cura (crescimento das exportações). É a cereja em cima do bolo.
P.S.: Para chegar a isto é preciso ser bastante estúpido. Este é o nosso modelo de competitividade nacional. Um modelo promovido pelos cavacos. E pelos que se lhe seguiram. Um modelo apresentado como de desenvolvimento pelos media e pelos cientistas do regime.
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