O BCP tem 65 mil milhões de euros emprestados. São 40 mil milhões a empresas. E 20 mil milhões de crédito à habitação. O valor do BCP em bolsa é de 4 mil milhões de euros. Este factor multiplicativo da banca, emprestar o que não se tem, é uma das características mais interessantes do capitalismo.
Vale a pena ser dono do BCP. Para ser dono de 1% do BCP é preciso ter 40 milhões de euros. Vale a pena. Sobretudo porque o BCP empresta dinheiro aos accionistas. Com um bocado de sorte, mais do que o valor das acções. Um deve maior do que o haver. E empresta porquê? Porque se é dono. É aqui que entramos no irracional profundo.
Grandes accionistas são Joe Berardo (5%), a Teixeira Duarte (7%) e Manuel Fino (Soares da Costa e Cimpor) (2%). Um total de 15% (600 milhões de euros) com que conquistaram o BCP. Graças ao financiamento da CGD gerida então pelo actual presidente do BCP, uma coincidência notável. Resumo: accionistas, os gajos que têm o dinheiro.
Grandes devedores são a Mota Engil (Jorge Coelho), a Teixeira Duarte, a Soares da Costa (Manuel Fino), a Cimpor (Teixeira Duarte e Manuel Fino), o Joe Berardo, e o Joaquim Oliveira (Controlinvest, Lusomundo, Diário de Notícias, Jornal de Notícias, 24Horas e TSF). Um total de 10 mil milhões de euros de crédito. Resumo: devedores, os gajos que devem o dinheiro.
Vale a pena reparar que os nomes dos accionistas estão lá nas listas de devedores. Berardo (o mesmo), Teixeira Duarte (a mesma) e Fino (o mesmo). Assim vale a pena ser accionista. Os grandes accionistas têm um crédito de 2,5 mil milhões de euros. O equivalente a 80% do valor do BCP (em bolsa). O BCP pertence aos accionistas, pois claro. Porque todos somos filhos da mãe, ou de outra coisa qualquer, também quero. O BCP que me dê um crédito de 1,5 mil milhões de euros e eu compro os restantes 20% do valor do BCP, passo a ser accionista.
[1] [2] [foto obscena]
P.S.: Há gente que arranja grandes mamas. É uma sorte e é uma felicidade.
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