Para o português médio, que não sabe nada de direito da comunicação social e do estatuto de que supostamente gozam os jornalistas, o patrão é dono do jornal. E como tal é ele quem decide o que lá se escreve. Ou, pelo menos, quem decide os que escrevem lá, o que é praticamente a mesma coisa. Os donos dos jornais e os jornalistas são tanto quanto sabemos, também eles, portugueses médios.
Para o português médio, a PT compra o que quiser. Para o português médio, a PT é uma empresa pública, ou quase, pelo que deve obedecer ao governo. O Sócrates pode pois, perfeitamente, recomendar à PT que compre uma empresa de comunicação social. E o patrão dessa empresa pode perfeitamente decidir o que quer ou, pelo menos, o que não quer lá escrito.
O português médio está-se nas tintas para o circo mediático. E olha com estranheza para os apelos a novas eleições quando ainda agora acabou de votar. Dizem-lhe agora que o Sócrates é um tirano, corrupto e aldrabão. Nada de que os portugueses não tenham já suspeitado. Foi isso mesmo que fez os portugueses votarem no Sócrates.
Os portugueses gostam de tiranos, corruptos e aldrabões. Se forem a votos outra vez votam no Sócrates, provavelmente porque acham que ele é isso tudo. Votam no Sócrates a não ser que lhes surja alguém com mais potencial. O PSD já foi buscar dois a escritórios de advogados, mas duvidamos que consigam competir. O Sócrates já deu provas e o povo gosta disso.
Assuma-se que é tudo verdade. E depois? O português incomoda-se com isso? Sócrates não sai sem eleições, título do JN. Mentira. É exactamente o contrário. Sócrates não sai com eleições, escusam de repeti-las. O homem já fez de tudo. Sobreviveu a tudo. O que é que há de novo? Nada. Menos que nada.
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