@ efemérdia

Este ano resolveram comemorar o nascimento da internet. Há 40 anos alguém ligou dois computadores por um fio. E depois? Uma comemoração aldrabada, nada aconteceu nesse dia. Tudo o que é importante foi acontecendo depois.

O browser surgiu pelas mãos de um gajo esperto do CERN que resolveu fazer aquilo nos tempos livres que por lá tinha e que deviam ser muitos. Os routers da cisco surgiram porque um puto esperto queria comunicar de borla com a namorada. O apache surgiu pelas mãos de voluntários. O linux surgiu pelas mãos de um puto e foi continuado por voluntários. A amazon surgiu da visão de um gajo. O google surgiu da iniciativa de dois putos espertos que limparam o cú com os motores de busca dominantes da época. O youtube surgiu da visão e do engenho de dois putos.

Governos e empresas conseguiram ser irrelevantes face ao engenho e empenho de gajos realmente espertos. De gajos cuja capacidade de trabalho menosprezaram. A internet tal como é deve-se a indivíduos que trabalharam muitas vezes isolados ou apenas com mais um parceiro. O que não abona em favor da produtividade das grandes empresas nem da ideologia do trabalho em equipas.

A internet tal como está deve-se em boa parte a contribuições gratuitas. O que não deixa de ser uma negação ideológica do capitalismo. De nada serve ao poder comemorá-la. De nada serve acondicioná-la nos magalhães do regime. A internet continua a ser o que sempre foi.


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