Apropriar-se da contestação enquadrando os contestatários de forma conveniente. É uma técnica velha. E para isso estão aí os opinion makers. Não são novos, mas são novas caras na TV. Para dar aquele ar de mudança que acompanha os novos tempos, as novas questões. Assim se apropriam da contestação.
Temos aí o Plano Inclinado, com o Medina Carreira. Onde se fala do plano inclinado que é a economia nacional. Mas em que não se fala do plano inclinado que mais vemos, que é aquele que desliza para os bolsos dos seus amigos do PSD. Esse não surge no seu discurso sobre as razões da crise ainda que sejam aos milhões os dinheiros por aí mal parados.
Temos aí o Pensamento Único, com o Pacheco Pereira. Veio-nos dizer que os media não dizem as razões dos checos. O homem parece um adepto das nossas teorias da conspiração. E depois de um quarto de hora de estar para ali a falar, ele também não diz. O Pacheco Pereira é velho nestas coisas. É um velho macaco. Ainda recentemente tivemos o Pacheco Pereira que queria o referendo à UE. Assim se apresenta um dirigente conveniente para uma contestação inconveniente. Desde o PCP-ML da sua juventude (?) que não faz outra coisa.
Temos aí o Mário Crespo. Lemos o artigo dele e ficamos a pensar. Ficamos a tentar descobrir a quem ele se refere. A pensar se terá sido o sr. Cavaco que mamou dinheiro nas acções. A pensar se não terá sido o sr. Sócrates que fez mal orçamentos e depois rectificou, ou que nacionalizou bancos ficando com o dinheiro dos depositantes. O Mário Crespo escreve como um revolucionário. É preciso ter tomates para escrever assim. Um homem sem medo. Um homem com tomates, caralho. Mais um.
P.S.: Já cá andamos há muito tempo. Já lhes conhecemos a pinta. Podem esconder-se atrás de óculos escuros. Podem esconder-se atrás de umas barbas enormes. A gente topa-os logo à distância. E gostamos deles.
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