Alguém as come. Dizia o Vilhena. A propósito das boas que apresentavam programas na TV. E acrescentava mais, o mestre. Os colegas delas não são, de certeza. Porque são todos rotos. Eu também não. E o leitor também não. Mas alguém as come. São boas, alguém as come. Palavras do mestre.
Vem isto a propósito de 2500 milhões de euros. Quinhentos milhões de contos, em linguagem de gente. Marcharam para as off-shores. A partir de Portugal. Desde o princípio do ano. Alguém os mandou daqui e alguém os recebeu lá. Nós não fomos. O leitor também não foi.
É muito dinheiro. São duas vezes a fortuna do Belmiro. Não é coisa que apareça e desapareça sem se notar. Mas foi isso mesmo que aconteceu. Nós não sabemos quem recebeu o dinheiro. O leitor também não sabe.
Fica ainda outra pergunta. Como pode haver tanto dinheiro? Que fará essa gente para ter tanto dinheiro? Como pode andar por aí gente com mais dinheiro do que o Belmiro e ninguém saber?
Ou será que não têm esse dinheiro? Será que esse dinheiro que foi recebido não existe? Será que só existe no momento em que alguém se lembrar de dizer ao contribuinte para tapar mais um buraco? Ou, para dar a isto um ar mais técnico, será que só existe no momento em que surgirem as imparidades correspondentes?
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