os porquês de uma urgência

Era fácil. Uma doença menor para dar origem a uma campanha massiva de vacinação. E, graças ao esqualeno, com lucros astronómicos. Toda a gente estaria vacinada antes de a gripe chegar. E salva pela vacina. De um problema inexistente.

O que correu mal? A pontualidade. A puta da falta de pontualidade. A vacina não esteve pronta a horas. O grosso das vacinas vai chegar em Março. Quando a gripe já foi. Uma palhaçada. A gripe chegou inofensiva como esperado. E ninguém morreu. Mesmo sem a vacina. Agora ninguém quer a vacina. Há que tentar ainda vacinar urgentemente para dizer que fomos salvos pela vacina.

E, de repente, um pequeno pormenor tornou-se num grande inconveniente. Apresentou-se como anti-social o gajo que vai trabalhar com gripe. Neste momento qualquer um sente vergonha de ir trabalhar com gripe. Há uma pressão para que não vá. As pessoas sempre foram trabalhar doentes. Mas agora há a pressão social para que não vão. As pessoas até têm vergonha de ir trabalhar doentes.

Uma semana de baixa a cada trabalhador dá uma queda do PIB de 2%. Agora ninguém quer que essa semana de baixa aconteça. Há que vacinar para que o pessoal não vá para a baixa. A baixa gerada pelo pânico da doença cuja vacina nos queriam impingir.

Alguém fez a festa, atirou os foguetes e apanha as canas. O pessoal não fez nada. Limitou-se a apanhar a gripe do costume. A não tomar a vacina, como nunca tomou. E agora anda a pensar se há-de ir trabalhar doente ou se por ir é visto como um energúmeno. As autoridades não querem que o pessoal vá para a baixa, mas são incapazes de o dizer. Decretaram uma queda de 2% no PIB sem querer. Por acidente.


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Comentários

Um comentário a “os porquês de uma urgência”

  1. Avatar de LoçãTseDong
    LoçãTseDong

    Ajuda a economia.
    Vacina-te!
    Droga-te!
    Beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses…

    …Onde é que eu já ouvi isto?

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