Assim que ouvi o anúncio “Cavaco fala ao país”, chamei os putos para a sala e sentámo-nos todos à espera de um bom momento de riso. Relembrei, com os putos, os bons momentos das últimas idas ao circo e dos disparates dos palhaços; mas também de quando íamos visitar a tia Alzira – que morreu com Alzheimer – ao hospital Júlio de Matos e que, apesar de trágico, nos fazia rir a bandeiras despregadas… uma tragicomédia!
Esperámos ansiosamente pelo discurso do Cavaco, enquanto a Maria distribuía cornetas para apitarmos enquanto ele falasse. Pusémos os narizes vermelhos e os chapéus cónicos de cartolina. Pintámos as caras uns dos outros com baton, e preparámos os lenços de papel pois antecipávamos rios de baba e ranho, das gargalhadas e risos até às lágrimas.
E às oito da noite o Cavaco falou. Começámos logo a soprar nas cornetas e a rir só da figura… Mas rapidamente esmorecemos. Desta vez não teve piada nenhuma…
Quero outro presidente.
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