São as perguntas que determinam o interesse de uma investigação. Muito antes das respostas encontradas. É o que diz o Dr. Ivanoff. É assim na ciência, é assim na filosofia. De pouco serve a competência na procura de respostas se as perguntas forem medíocres. Por estreiteza de espírito, por uma questão de conforto ou conveniência a investigação e o ensino investem pouco nas perguntas. Investe-se pouco naquilo que determina o real interesse da investigação. Na prática, enfatiza-se a resposta e a metodologia da investigação para esconder que as perguntas são pobres.
Vejamos um exemplo. O presidente pergunta: “será que os meus computadores estão seguros?”. E respondem na TV uns peritos (em word): “claro que não, essas coisas de computadores e redes nunca são seguras”. Em seguida, o expresso pergunta: “será que os computadores do governo estão seguros?” E responde: “nós entrámos na rede do governo”. Fazem-se perguntas e propõem-se respostas. Mas as perguntas são pobres.
Como fazer então uma investigação interessante? Mudando a pergunta: “será que a rede informática onde passaram os resultados das legislativas é segura? será que está garantida a integridade dos seus dados?”. Em resumo, será que votámos ou que alguém, o suspeito do costume, vota por nós? Aí está uma pergunta interessante para o presidente, garante do regime. Aí está uma pergunta interessante para o expresso.
P.S.: Será que o expresso vai questionar ou testar a segurança dos computadores e redes que dão suporte ao processo eleitoral? No way, José…
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