Fome de cão

A crise não dá para comprar mais comida de cão ou de gato. O povo continua a deitar fora os restos de comida – que às vezes até são mais de metade da panela – mas expulsa os gatinhos e os cãezinhos lá de casa, porque não há dinheiro para a manutenção de bichos de estimação.

Mas a crise vai piorar as condições de vida e, para além de deixarmos de deitar comida fora, vamos começar a comer dos caixotes de lixo públicos e não vai chegar.

No pior período da crise, vai haver muita gente a gritar (ou uivar): “Tenho fome de cão”. Mas é preciso perceber bem o significado desta expressão: não significa que temos uma fome equiparada à do cão, mas sim que temos fome de comer cão! Um cãozinho bem temperado, guisado com batatas e cenouras às rodelas é um pitéu que faz esquecer esta e todas as crises que apareçam.

Fome de cão! (baba a escorrer pelos cantos da boca)


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Comentários

4 comentários a “Fome de cão”

  1. Avatar de gungunhanha
    gungunhanha

    Lembro-me de ler nos livros de história que numa ilha de Cabo Verde, em períodos de seca e consequente fome, desapareciam todos os cães e gatos da ilha.

  2. Avatar de escrotinador

    Eh, eh!
    Vou abrir um canil de abate e nas traseiras um restaurante de comida portuguesa, tipo farta-brutos!

  3. Avatar de gungunhanha
    gungunhanha

    Que tal uma receita de cãobrito?

  4. Avatar de generalcuster
    generalcuster

    Belas fotos de uma crise anterior.
    Vale a pena ver.
    http://www.time.com/time/photogallery/0,29307,1879735_1846041,00.html

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