ingleses cada vez mais estúpidos

Enrolaram-se. Uma na outra. Em Inglaterra. A professora de violino e uma aluna. Vinte e seis e quinze anos, respectivamente. Dezasseis, menos uns dias. Resultado: vão prender a professora. Que não parece ter mais de 20 anos. Em Inglaterra são legais as relações de adultos com jovens de 16 anos. Mas neste caso era ilegal por se tratar de uma professora. O que dá prisão. Até 14 anos de prisão. Toda a gente percebeu que gostavam uma da outra. O juíz permite que a menor continue a visitar a professora na prisão. E, daqui por dois meses, quando a menor tiver 16 anos, fica tudo legal. Entretanto a professora fica na prisão mais um ano e meio. Findo o qual, toda a gente espera que fiquem juntas. E sejam felizes para sempre. [1][2]

Num sítio mais normal, as coisas resolviam-se de forma diferente. O colégio despedia a professora. Ou as pessoas fingiam que não se tinham apercebido de nada. Ou os pais tinham uma conversa séria com a filha. Ou alguém tinha uma conversa muito séria com a professora. Em Inglaterra, é diferente. A polícia é logo chamada ao barulho. E os tribunais. E os media fazem uma festa. Não deram qualquer possibilidade de resolver o assunto discretamente. Toda a gente ficou a saber. A justiça diz garantir o anonimato da aluna. Toda a gente sabe que isso é impossível. Uns desastrados do caralho, os ingleses. Nunca foram inteligentes, mas estão cada vez mais estúpidos.

É a justiça industrial, uma necessidade das sociedades modernas. Uma justiça para a qual é tudo igual. É igual que o adulto tenha 60, 30, ou 20 anos, ou 18. Apenas conta a idade do menor. É igual que o menor seja rapaz ou rapariga, porque se não fosse era discriminação. É igual que o adulto seja homem ou mulher, porque se não fosse era discriminação. É igual que seja uma pessoa atraente ou um estafermo, porque se não fosse era discriminação. E, por isso, por ser equalitária, a justiça acha-se uma grande justiça. Uma justiça feita por peritos e estudiosos. Uma justiça parva.

Antigamente, era diferente. Reunia-se um conselho de anciãos para avaliar o caso. Os anciãos não sabiam leis, nem precisavam. Pensavam com bom senso. A professora coagiu de alguma forma a aluna? A professora é feia? Pois que seja estraçalhada e a sua carne dada aos cães. De imediato. E que se faça uma festa com comes e bebes. Para comemorar o merecido castigo da criminosa. A professora é bonita? A aluna também? Pois que sejam felizes para sempre. E logo de seguida organizavam uma grande e bela festa de casamento. E nós comíamos e bebíamos. Cantávamos, dançávamos e pulávamos. É a justiça dos sábios, a nossa justiça.

P.S.: Recomenda-se the lady or the tiger, Frank Stockton. Robert Fripp, the lady or the tiger, has been released on CD but is very hard to find. Só mesmo para quem tem a sorte de ter grandes amigos. Eh!eh!


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