Era bolo-rei atrás de bolo-rei. Tudo o que o homem dizia não tinha qualquer nexo. Ficámos a saber que a autoridade máxima do país não tem qualquer tipo de segurança informática permanente. Ficámos a saber que perante uma suspeição não tem sequer o bom-senso de evitar passar meses sem tomar qualquer medida. Aparentemente, a padaria da esquina é mais rigorosa na sua segurança informática do que a presidência. Uma tristeza, um circo.
Um presidente que desata a fazer perguntas como “estarão os computadores e os mails do presidente suficientemente protegidos?” com um ar acusador. Como se visasse alguém. Que diz não visar. Como se a segurança não fosse sua responsabilidade. Como se fosse razoável esperar meses para tomar uma medida. Como se fosse razoável esperar meses para convocar meia dúzia de peritos. Como se fosse razoável levar dúvidas a público antes de ouvir esses peritos. Como se fosse razoável direccionar acusações antes de ouvir peritos.
Toda a gente que falou na TV achou o presidente estranho e insensato. E não parece um unanimismo forçado. Tudo o que o homem disse e fez parece fruto de uma insensatez notável. Um presidente que não acusa mas acusa. Que não se sente na obrigação de repreender os seus colaboradores próximos pelos comportamentos que diz não ter autorizado. Esperava-se que o representante do PSD o defendesse. Nem isso. Tal como o presidente, o representante do PSD disse meia-dúzia de patacoadas e fugiu aos jornalistas. Este presidente é um embaraço.
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