cosmética

Esta é uma campanha em novo formato. Temos debates dois a dois. Temos entrevistas em casa dos políticos. Temos os políticos no gato fedorento. Ninguém nos disse como é que tudo isto apareceu. Parece que foi por geração espontânea.

O formato dos debates foi negociado pelos partidos com as TVs. Uma explicação de caca. Pois. Pois claro. As TVs são independentes. Independentes dos partidos e do poder político. A RTP é independente do governo. A SIC é independente do Biltre Berg. E a TVI é independente da Prisa/PSOE. Os gatos, esses, lembraram-se de ir ter com os responsáveis dos partidos e convidá-los. Lembranças. De repente mudou-se o formato da campanha. Ninguém se questiona nos media sobre o que aconteceu. Muito menos sobre como aconteceu.

Os debates têm temas predefinidos. E tempos para esses temas. Temas sempre elevados para evitar embaraços. Não se ouve falar do BPN, por exemplo, porque não estava predefinido. Nem uma palavra sobre o Vítor Constâncio, porque não estava predefinido. São debates estranhos. Tudo é artificial, tudo cheira a plástico.

Nos gatos é igual. Por certo ninguém crê que quem negoceia duramente os temas dos debates não negoceie as perguntas permitidas. Tudo é artificial. A srª Manuela até pode ir para lá fingir de teenager tímida que ninguém a questiona por isso. Tudo é artificial, tudo cheira a plástico.

P.S.: Esta é uma campanha em que o tempo das vozes candidatas é muito menor do que o tempo dos analistas, opinadores e outros influenciadores. E em que todos os opinadores representam o bloco central. O tal que nos tem governado tão bem. O tal que trouxe o país até esta situação. Piratas do caralho.


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