Os paneleiros invadiram o multimédia infantil. Os desenhos animados para as crianças estão cheios de paneleiros. As séries infantis estão cheias de paneleiros. Os pais ignoram por completo o que os seus filhos vêem na TV. Ligam o canal panda e já está. Compram, alugam ou pirateiam uns DVDs da Disney ou das Barbies e já está. Ali ficam as crianças a absorver o que aquilo tiver para dar. Não importa o quê, porque certamente o canal panda e a Disney cuidarão bem dos filhos. É para isso que existem (?). O multimédia infantil é a nova fronteira educativa. A educação sexual nas escolas já era. O multimédia infantil é o novo território das lutas ideológicas em torno da orientação sexual.
Lazy Town, Vila Moleza. Uma série engraçada, com uma alegre menina cor-de-rosa. E um bando de gajos com pinta de paneleiros. O pai é o Sportacus, uma espécie de Errol Flynn dos ginásios. Sempre de roupinha justa e a mostrar o físico. Bom rapaz, mas apaneleirado. O mau de Lazy Town é Robbie Rotten (robi reles), tem pinta de roto. Lazy Town é governada pelo Mayor Milford, um governante simpático com vozinha de paneleiro. Lazy Town é feito na Islândia, país governado por uma homossexual assumida. Lazy Town tem três personagens com pinta de paneleiros num total de nove personagens. Por cá, Lazy Town é reconhecida pela Direcção-Geral de Saúde pela promoção de estilos de vida saudáveis. [1]
Nas nossas séries favoritas existem poucos paneleiros e têm usualmente papéis secundários. Os que existem são, invariavelmente, pessoas de bem. Winx, uma série italiana, com gajas fantasticamente boas. Têm um professor de magia com pinta de paneleiro. Vestidinho de branco e com uma voz que não engana ninguém. Bom rapaz. Rua do Zoo 64, uma série extraordinária. Com um zebra paneleira. Bom rapaz, também. O Ruca e o Noddy não têm paneleiros. Talvez o polícia do Noddy esteja uns dias um bocado apaneleirado, mas é só isso. O Docinho de Morango não tem paneleiros. Dibo, o Dragão dos presentes, também não.
P.S.: Nas Barbies, produto clássico do imperialismo americano, o mau da fita tem, frequentemente, pinta de paneleiro. Wenlock, o mau de Barbie e o Pégaso Mágico, mau e com pinta de paneleiro. Álvaro, de a princesa e a aldeã, mau e com pinta de paneleiro. Robbart, o mau de Barbie e o Lago dos Cisnes, mau e com pinta de paneleiro. Dão uma má imagem dos paneleiros. As Barbies, com aqueles historiazinhas das princesas que casam, representam o lado mais conservador da sociedade americana. São os paneleiros dos imperialistas.
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