Mais uma conversa no banco de trás do meu taxi. Estes gajos tinham pinta de agentes secretos. Devem ter visto muitos filmes do hitchcock.
1. Mas porque é que não os mandam para os países de origem?
2. É pá, não os podemos mandar para os países de origem
1. É um perigo do caralho
2. Não é nada, podes estar descansado
1. Como não é?
2. Eh pá. Não é. Já disse.
1. Como não é, caraças?
2. Não te posso dizer.
1. Como não podes? Eu é que fico com eles! E se os gajos rebentam pra aí qualquer merda?
2. Não rebentam
1. Não rebentam porquê?
2. É pá não te posso dizer.
1. Eh pá, se não dizes também não fico com eles.
2. Foda-se pá. Não esperava isso de ti.
1. Não esperavas mas é assim
2. Então lá vai. Estes são falsos.
1. Falsos como?
2. Falsos, podem estar descansados.
1. Não percebo, como é que podem ser falsos?
2. Eh pá, são falsos, por isso é que não os podemos mandar para os países de origem. Toda a gente ia perceber que não são eles.
1. Ah é? Então e os verdadeiros?
2. Foram com os porcos…
1. Ah é? Então e se alguém vem cá à procura dos verdadeiros?
2. Nesse caso eles desaparecem.
1. Desaparecem?
2. Sim, vocês dizem que não sabem onde eles estão.
1. Não pode. O pessoal de cá fica assustado.
2. Vocês dizem que têm informações de que eles estão noutro país.
1. E se nos perguntam qual é o país?
2. Vocês não podem revelar qual é o país. Por razões de segurança. Para proteger as fontes.
1. Vocês pensam em tudo, carago.
2. É o nosso trabalho. Ficamos assim?
1. Está bem.
Deixe um comentário