Faz hoje quarenta anos que os homens pisaram a lua pela primeira vez. Deixaram lá uma bandeira americana. Desfraldada ao vento, segundo alguns.
Os russos já tinham estado na lua e tinham regressado com sucesso. O nome da missão? Zond 5. O equipamento russo foi à lua e pousou (luna 2). Esteve em órbita lunar e regressou para a terra (zond 5). Provavelmente, na época, um feito tecnológico superior ao de uma viagem humana à lua. Uma prova da superioridade científica da união soviética. A viagem dos americanos à lua foi um fenómeno comunicacional. Uma peça de propaganda excepcional. Suficiente para fazer evaporar zond 5 da memória colectiva.
Na altura ainda éramos pequenos. Demasiado pequenos para perceber que os lançamentos de foguetões eram lançamentos de mísseis. Que os contratos da NASA eram subsídos milionários. Que a ciência pela ciência tinha um peso muito mais pequeno no mundo do que imaginávamos.
Nada nos levaria a suspeitar na Apollo 11 que as viagens à lua com homens teriam em breve um interregno de mais de 40 anos. Que o número de pessoas que não acreditavam na alunagem seria maior quarenta anos depois. Que nós próprios passaríamos a duvidar de todas as histórias que os governos e os media nos contam. Que o regresso à lua seria feito por um chinês. Que se voltaria lá pelo Helium-3. Que passariam décadas sem se encontrar uma outra voz como a de Sinatra.
P.S.: Se fosse hoje diríamos que as viagens à lua nunca aconteceram. Que o que se viu na TV era uma aldrabice. Que os biliões da corrida espacial foram de facto gastos na guerra do Vietname ou se deslocaram clandestinamente para os bolsos de uns privilegiados. No fundo, mais coisa menos coisa, o que diziam os nossos avós. É tudo um engano, diziam eles.
Deixe um comentário