Felizmente para o sr. sousa, não existiam sondagens que lhe dessem 26% dos votos. O sr. sousa é um homem com sorte. A sorte protege os audazes. Aliás, se existisse uma sondagem, uma apenas, que lhe desse 26% dos votos seria certamente ridicularizada. E, quem sabe, até poderia ser sujeita ao escrutínio de uma alta autoridade qualquer que investigaria a sua honestidade. Felizmente, para os seus autores, não existiam sondagens dessas. Nem uma só.
As sondagens indicam o grau de aprovação dos governos nos períodos que medeiam as eleições. São por isso uma fonte de legitimidade. Ou de ilegitimidade. Um governo com sondagens catastróficas é sempre um governo sem legitimidade, independentemente das eleições que lá o puseram. Vinte e seis por cento é catastrófico. Esse foi o resultado das eleições europeias. O sr. sousa não poderia ter governado como governou se existissem desde há um ou dois anos sondagens que lhe dessem 26% dos votos.
Aldrabar as sondagens é, por isso, o mais próximo que existe de aldrabar as próprias eleições. Já se ouviu falar de partidos que elegem delegados e têm 20 militantes numa mesma casa. Já se ouviu falar de discrepâncias de 1 milhão de eleitores entre o INE e a CNE. Já se ouviu falar de pessoas que votam duas vezes. Chegaremos a um dia em que se aldrabarão as sondagens e as próprias eleições? Certamente que sim. Temos fé. Estamos perto. Estamos cada vez mais perto.
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