Não há futuro sem algum equilíbrio entre o que se importa e o que se exporta. Isso é verdade. Mas não é a verdade que pintam. A verdade que pintam é que temos que exportar muito para sustentarmos as importações que temos. A verdade verdadeira é outra: devemos importar menos para não estar tão dependentes de exportações.
E pode um país que tão pouco produz importar menos? Claro que pode. É um questão de mentalidade. É uma questão de reduzir a mentalidade consumista que privilegia o consumo de bens importados. A mentalidade que privilegia o “investimento” em automóveis em detrimento do investimento em casas ou outros bens produzidos internamente. A mentalidade que privilegia o consumo de uma marca estrangeira num produto que por acaso até foi feito em Portugal. A mentalidade que produz uma oferta turística rejeitada pelo consumidor nacional. Etc…
Para além disso, é necessário exportar alguma coisa. Não muito, mas alguma coisa. Há quem pense que não temos nada para exportar. Estão errados. Portugal exporta. Exportámos o barroso, o guterres e muitos mais. E importa saber que os compradores estão satisfeitos. Nós também, porque nos livrámos deles. É nessa perspectiva que devem ser encaradas as eleições europeias. Como uma oportunidade de exportação.
Estão a ver um deputado que não trabalha na assembleia da república mas se apresenta no período de férias para ganhar o salário? Podemos exportá-lo. Estão a ver um deputado que vê o comunismo como um “colossal embuste” mas que demorou 20 anos a percebê-lo, militando entretanto nas bancadas comunistas? Podemos exportá-lo. Estão a ver um comprador de submarinos? Podemos exportá-lo. O ideal mesmo era podermos votar neles todos.
P.S.: O chornal ensina economia, ensina política, ensina tudo. O chornal adora ensinar.
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