não têm nada para fazer

Os media dizem [dn][rtp][tsf][publico] que Portugal esteve perante a maior fraude de sempre. Supostamente o esquema da fraude era uma tal “carta da Nigéria”. Qualquer pateta que tenha um email já recebeu pelo menos uma ou duas cartas da Nigéria. Nenhum de nós, com menos de 10 cervejas, se disporia a investigar uma carta da Nigéria.

Alguém dizia que ia transferir para uma conta bancária em Portugal 20% do PIB nacional. E isso mobilizou para a investigação o banco de portugal, as polícias e um bando de palermas. E os media acrescentam, pateticamente, que assim se impediu a referida transferência. Como se existisse algum risco de essa transferência se concretizar.

Os valores desta “carta” eram de 20% do PIB nacional. Isso indica a qualquer pessoa com dois dedos de testa que estamos perante um crime. Um crime sério de analfabetismo. É o analfabetismo de quem envia a carta, o analfabetismo de quem recebe a carta e o analfabetismo de quem atribui a essa carta algum valor.

Das autoridades espera-se que tenham a inteligência, a autonomia e a liberdade de escolher as pistas que lhes surgem como razoáveis. Foi o que fizeram. Com a inteligência que têm foi o melhor que conseguiram fazer. É o que se depreende das notícias dos jornais. Ou então não tinham mais nada para fazer.

P.S.: Os títulos dos media revelam uma falta de senso comum avassaladora. Reparem bem nos títulos das notícias. Pagar jornais para isto é triste. Aliás, até de borla é triste.


Publicado

em

por

Etiquetas:

Comentários

2 comentários a “não têm nada para fazer”

  1. Avatar de manel
    manel

    Já recebi várias cartas dessas. O que é difícil é saber quais são as verdadeiras e quais são as falsas. Normalmente, quando o valor é muito elevado, p. ex. o PIB dos EUA, é porque são verdadeiras.
    Uma das vezes recebi o PIB da Alemanha e ainda deu para pagar uma caixa de charutos ao gerente do banco para ficar calado.

  2. Avatar de transmutante
    transmutante

    🙂

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *