Na semana passada, o ministro das finanças assinou uma portaria de uns 4000 milhões de euros para os bancos. Um aeroporto, sem aeroporto. Dinheiro que irá certamente com os porcos. Na prática, todos os portugueses gastaram nesse dia 400 euros. Todos, homens, mulheres e crianças. Mesmo os 20% que ganham o ordenado mínimo e os 10% que estão desempregados. Se lá em casa são 3 pessoas, então nesse dia gastaram 1200 euros .
Sabemos que foi assim que a Islândia estoirou. Sabemos que foi assim que a Irlanda estoirou. Nem ao menos temos a desculpa de não saber em que é que estas coisas dão.
Basta confiar nos governantes. Governantes que os temos tido bons, alguns deles depois à frente dos bancos. Alguns deles muito inocentes, outros muito esquecidos, outros muito doentinhos. Coitados. Por um acidente do destino, não temos leis que permitam punir essas criaturas. Nem as criaturas que agora procedem a esta distribuição de dinheiro. Os governantes esqueceram-se de fazer leis que punissem os governantes.
Tudo falhou, governo, presidente, banco de portugal, bolsa, auditores, tribunal de contas, assembleia da república, etc . O regime falhou, falharam todas as suas garantias. Antigamente, em casos destes, o poder era tomado pelos militares ou pela populaça. Reintroduziam a pena de morte para acabar com os traidores, normalmente com efeitos retroactivos, e dispensavam os julgamentos para despachar tudo mais depressa. Ia tudo com os porcos.
P.S.: Nas capas dos jornais, nada sobre os 4000 milhões de euros. Nem online dão qualquer destaque aos 4000 milhões de euros. Noventa e oito por cento dos portugueses não sabem que se gastaram 4000 milhões de euros. Vivemos na coreia do norte. Nesse dia, o DN dedicou um terço da capa ao startrek. O JN dedicou integralmente a capa à pergunta: “quem é o colega que namora clara de sousa?”. Os 4000 milhões de euros também não chegam à capa do expresso. Nem chegam sequer à capa da sua secção de economia.
Alô! Alô! Pyong Yang!
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