E viva Portugal!

Pobre país em que o estado presume que todo o cidadão é desonesto quer no trabalho quer na saúde (Exceptuando os nobres gestores de topo). Começando logo na forma como lidam com os seus próprios empregados.

Um país em que os tais gestores de topo partem do princípio de que os seus trabalhadores querem é “sacar”, aproveitando para isso o exemplo do tal estado. Esquecendo-se que eles próprios estão a “sacar” para remunerar o accionista.

No estado inverteram-se os papéis: as chefias do estado, em lugar de servir os cidadãos, serve-se deles esquecendo (e fazendo-nos esquecer) quem lhes paga os ordenados e as mordomias. E fazem-no através do uso incompetente dos dinheiros “sacados” a quem tem menos poder de reclamação.

Os gestores de topo vêm para a televisão falar e elogiar as medidas de desmaterialização e privatização dos sistemas de protecção dos cidadãos como se a sua existência fosse um anacronismo. Citando um colega de trabalho, “É fácil falar de fome quando se tem a barriga cheia”.

Faz falta outro Verão

“You are not superior just because you see the world in an odious light.”
Visconde de Chateaubriand (o françês não o bife)


Publicado

em

por

Etiquetas:

Comentários

8 comentários a “E viva Portugal!”

  1. Avatar de carnide
    carnide

    A liberdade não é um adquirido, é um defendível quotidiano.
    Os carrapatosos vampíricos, esses … , esses andam por aí, como sempre.

  2. Avatar de the Tao of Shin Shen
    the Tao of Shin Shen

    O governo neo-fascista do sr. José Sousa vem com mais uma:
    Os horários de trabalho vão deixar de ser de 8 horas e o patrão passa a dispor do trabalhador, se lhe apetecer, 12 ou 24 horas de seguida, sem que o trabalhador se possa opor.

    no DN, com o título
    Limites diários de trabalho com fim à vista
    em
    http://dn.sapo.pt/2007/06/27/economia/limites_diarios_trabalho_fim_a_vista.html

    P.S.:
    Ideal para quem tem a obrigação de ir buscar filhos à creche ou à escola.
    Mais um gesto “a favor” da taxa de natalidade.

  3. Avatar de nick name
    nick name

    Se o Sousa embarca nesta merda, consegue ganhar a taça do governo com maior número de retardados mentais a cargo…

    Neo-Fascistas, Neo-Esclavagistas ou apenas estúpidos com poder?

  4. Avatar de alex

    O trabalho no estado não é assim tão mau, ó Tao.

    Eis o testemunho, na primeira pessoa, da mãe de um amigo meu que trabalha num departamento do estado, de eleição: a Direcção Geral de Finanças!

    Às 6ªs feiras, o trabalho acaba às 11h da manhã. Depois metem-se todos nos popós (os Mercedes, Audis e BMWs) e zarpam a caminho da Mealhada, que o almoço espera-os: o belo leitão assado, regado com vinhos variados nacionais e do deserto.

    Isto é assim desde que ela lá trabalha, já lá vai para 5 anos.

    Também quero um emprego assim.
    De preferência a poder dormir até às 11h e a largar o turno às 15h, com 2h para almoço e subsídio de refeição, que as refeições no Gambrinus ainda são carotas.

    Às 6ªs, claro, ia directo para a Mealhada!

  5. Avatar de alex
    alex

    Algum dos leitores conhece pessoalmente o Vera Jardim. Se conhecerem metam uma cunha para ele me arranjar um emprego desses.

    O gajo arranjou um emprego na Direcção Geral de Finanças para a sobrinha, como chefe, atropelando todos os preceitos legais, portanto também pode conseguir um para mim.

    Conta a minha fonte que um dia abriu uma vaga para chefe na Direcção Geral de Finanças. Lá se puseram todos a estudar, nas horas de expediente, claro, que o ordenado não é assim tão bom, e o trabalho pode sempre esperar… Quanto muito caducam mais 50 ou 60 processos de devedores ao Estado e perdem-se, no máximo, alguns milhões de euros… Mas o que é isso para a gente?!

    Os gajos fartaram-se de estudar para o concurso e parece que nessa semana nem sequer foram almoçar à Mealhada, os coitados.

    Depois, quem ganhou o concurso foi a sobrinha do Vera Jardim, que nem concorreu e, enquanto os outros coitados sacrificavam um almoço na Mealhada, ela coçava a comichão dos pelos púbicos rapados – a recente profissão assim o exigia – que entretanto cresciam.

  6. Avatar de Kainite
    Kainite

    Aqui vai mais uma ajuda ao trabalhador.

    Acho que vou deixar de ser de esquerda e me virar para a direita, minha gente isto é uma palhaçada…

    In Publico.PT

    Governo vai tentar revisão da legislação laboral com “maior consenso possível”
    27.06.2007 – 20h44 Lusa

    O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social garantiu hoje que o Governo tudo fará para que as alterações à legislação laboral reúnam o maior consenso possível junto dos parceiros sociais, mas assegurou que estas serão concretizadas por serem necessárias.

    “Faremos todo o possível para que as soluções sejam as mais consensuais mas não deixaremos de legislar porque Portugal precisa de alterar a legislação laboral”, disse José Vieira da Silva após uma reunião com os parceiros sociais para apresentar o relatório preliminar da comissão do livro branco das relações laborais.

    O relatório é um documento intercalar, estando prevista para Novembro a apresentação do relatório final. Só nessa altura o Governo vai apresentar propostas para a revisão do Código do Trabalho, propostas essas que serão negociadas com os parceiros sociais, em sede de concertação social. As alterações ao Código do Trabalho deverão entrar na Assembleia da República ainda no primeiro trimestre do próximo ano.

    O governante escusou-se a comentar o conteúdo do relatório da comissão do livro branco sustentando que se trata de um “relatório de progresso de uma comissão independente”.

    Salientando que as diferentes posições dos parceiros sociais “são naturais”, Vieira da Silva sublinhou que os objectivos do Governo passam por tornar a economia mais flexível, adaptada às exigências do mercado, como a concorrência, o que implica um adaptação da legislação laboral.

    A adaptabilidade das empresas e dos trabalhadores é apenas um dos pontos chave da futura revisão legislativa. O relatório preliminar defende, entre outras matérias, a facilitação dos despedimentos, maior flexibilidade interna nas empresas e redução do número dias de férias.

    Em relação aos despedimentos, a comissão recomenda uma simplificação da carga processual nos despedimentos individuais, embora defende que se deva manter a proibição de despedimentos sem justa causa. A comissão considera que as actuais modalidades de cessação do contrato de trabalho são desajustadas, pelo que propõe a sua substituição pelas seguintes modalidades: caducidade, revogação por mútuo acordo, despedimento por facto imputável ao trabalhador, despedimento colectivo, despedimento por extinção de posto de trabalho, despedimento por inadaptação, resolução unilateral pelo trabalhador, denúncia pelo trabalhador.

    A comissão presidida por António Monteiro Fernandes considera ainda que apenas devem ser definidos limites para o tempo de trabalho semanal e anual, mas não diário.

    No que se refere à mobilidade funcional e geográfica, o documento defende que seja apontado um prazo limite (por exemplo de três anos) para o exercício temporário de funções não compreendidas na actividade contratada.

    Sugere também a redução do número de dias de férias para os 23 dias, contra os actuais 25, dos quais três estão dependentes da assiduidade do trabalhador.

  7. Avatar de alex

    Soube agora, de fonte segura, que, se eu retirar os comentários que coloquei mais acima, me arranjam um tacho na Direcção Geral de Finanças.

    É pá! Já estou a sentir o sabor do leitãozinho assado… regado com vinhos do deserto!

  8. Avatar de carnide
    carnide

    Estruturalmente atrasada, a economia portuguesa assentava na mão de obra barata. Chegou a altura de assentar na mão de obra dócil.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *