Citação

Costumava sentar-me no bar com os estudantes e, enquanto comia, tentava ouvir as conversas para ver se discutiam algo de interessante, mesmo que fossem apenas umas frases soltas inteligentes. Não imaginam a minha surpresa; um dia ouvi uma conversa entre duas raparigas em que uma delas dizia o seguinte: “Para traçares uma linha recta aumentas em cada fila a mesma quantidade. Vê bem, se aumentares de cada vez a mesma quantidade quando se sobe uma fila, obténs uma linha recta”. Isto não é mais do que um princípio profundo da geometria analítica! E à medida que decorria a conversa, ficava cada vez mais assombrado. Não imaginava que a mente feminina conseguisse compreender a geometria analítica.
E ela continuou: “Supõe que há uma outra linha proveniente do outro lado e queremos saber onde vão interceptar-se. É simples. Assim, se na linha da direita aumentares duas malhas em cada linha superior e na linha da esquerda aumentares três malhas em cada uma que sobe, e que no ínicio estão separadas por 20 malhas, etc…” Estava espantado. Ela ia obter a intercepção!
No final verifiquei que uma das raparigas estava a explicar à outra como tricotar meias de lã.
Portanto, aprendi realmente a lição: a mente feminina é capaz de entender a geometria analítica. As pessoas que há anos insistem (perante toda a evidência óbvia em contrário) em que os homens e as mulheres são igualmente aptos para o pensamento racional podem ter algum razão. A dificuldade pode residir apenas no facto de não termos ainda descoberto um modo de comunicar com a mente feminina; assim, se o fizermos de forma correcta, poderemos tirar daí algum proveito.
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Feynman:
I used to sit in the cafeteria with the students and eat and try to overhear their conversations and see if there was one intelligent word coming out. You can imagine my surprise when I discovered a tremendous thing, it seemed to me.

I listened to a conversation between two girls, and one was explaining that if you want to make a straight line, you see, you go over a certain number to the right for each row you go up–that is, if you go over each time the same amount when you go up a row, you make a straight line–a deep principle of analytic geometry! It went on. I was rather amazed. I didn’t realize the female mind was capable of understanding analytic geometry.

She went on and said, “Suppose you have another line coming in from the other side, and you want to figure out where they are going to intersect. Suppose on one line you go over two to the right for every one you go up, and the other line goes over three to the right for every one that it goes up, and they start twenty steps apart,” etc.–I was flabbergasted. She figured out where the intersection was. It turned out that one girl was explaining to the other how to knit argyle socks. I, therefore, did learn a lesson: The female mind is capable of understanding analytic geometry. Those people who have for years been insisting (in the face of all obvious evidence to the contrary) that the male and female are equally capable of rational thought may have something. The difficulty may just be that we have never yet discovered a way to communicate with the female mind. If it is done in the right way, you may be able to get something out of it.