cadilhices no BPN

Os accionistas do BPN reuniram-se e decidiram a anulação de um aumento de capital. Transformaram um aumento de capital num empréstimo obrigacionista. Dito assim ninguém percebe. Os jornais gostam de falar assim. O chornal não.

O chornal explica a diferença entre um aumento de capital e um empréstimo obrigacionista. O dinheiro envolvido no aumento de capital e num empréstimo obrigacionista é o mesmo. São os mesmos a entregá-lo e em ambos os casos é o banco a recebê-lo. As condições do seu retorno é que são diferentes. Quando se contribui com um aumento de capital fica-se como accionista do banco, ou seja, só se recebe a massa se o banco tiver lucro. Pelo contrário, quando se contribui com um empréstimo obrigacionista recebe-se o dinheiro mesmo que o banco vá à falência. A reunião dos ditos accionistas do BPN serviu para transformar dinheiro que não deveriam receber, por o banco estar falido, em dinheiro que o contribuinte terá que lhes pagar.

Naturalmente, o cadilhe estava todo sorridente à entrada da reunião. O cadilhe é um artista, sempre soube safar-se. Além disso é um homem com sorte, veja-se o célebre episódo da siza e da sorte que o homem teve em comprar a casa na altura certa. Só não se percebe onde estava o accionista estado, ou seja, o accionista contribuinte, na reunião do BPN. Uma ausência do caralho. Afinal se o banco está nacionalizado não se percebe como é que o estado não é accionista. Não se percebe sequer como é que não é o único accionista. Não se percebe como é que se tomam decisões contrárias aos interesses do estado num banco que se diz tutelado pelo estado. Ou antes, percebe-se, o contribuinte há-de pagá-las.


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Comentários

Um comentário a “cadilhices no BPN”

  1. Avatar de ValeAz

    Então não se percebe logo??

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