Os homens da globalização adoram a China. É lá que o seu dinheiro se multiplica. É lá que o capital financeiro encontra o seu “justo” retorno. É lá que se faz o dumping social que vai acabar com a social-democracia na UE. A China é a nova modernidade. Para o capital financeiro, os jogos da China são a representação dessa nova modernidade, a mesma do sr. engenheiro. Para os chineses provavelmente serão outra coisa qualquer, o que mais tarde ou mais cedo lá terá as suas implicações.
A China apostou na cerimónia de abertura dos jogos. O arquitecto dos jogos foi um senhor alemão. Filho do mesmo senhor alemão que foi o arquitecto dos jogos de Berlim, os tais, e chegou a ser ministro da guerra daquele senhor de bigode esquisito. Depois veio a cerimónia de abertura com o fogo de artifício. Afinal o fogo tinha sido ajeitado no Photoshop, como os mísseis iranianos ou a barriga do Sarkozy. Depois, mostraram uma menina muito bonita a cantar. Afinal era apenas um playback de uma música cantada por uma menina menos bonita. Depois apresentou-se uma parada de meninos devidamente mascarados de palhaços das diversas etnias. Afinal os meninos eram todos da etnia que governa a China: Han. Num gesto de simpatia para com os valores ocidentais (?) criaram-se também áreas para as pessoas se manifestarem. Ninguém as utilizou. Os que o solicitaram foram presos. Uma menina chinesa, vencedora da ginástica desportiva, poderá ter viajado no tempo e ter passado dos 12 para os 14 anos no espaço de um ano, atingindo assim a idade mínima para participação nos jogos. As arbitragens foram tão pró-chinesas quanto possível. O controlo anti-doping não apanhou quase ninguém, o que nos deixa muito felizes porque de repente todos os desportistas tiveram um ataque de seriedade. O doping genético de que se fala insistentemente há vários anos afinal não surgiu. Esqueceu-se de aparecer. Não se sabe é porquê. Tudo, sem excepção, obteve o silêncio conivente dos governantes e encantou os dirigentes internacionais e nacionais do COI, pagos com os impostos de nós todos.
Do ponto de vista desportivo, ficam 2 nomes: Phelps e Bolt. Phelps ganhou as provas todas de natação e mais algumas, graças a novos fatos de banho e, segundo as línguas porcas, a uma piscina com mais um metro de profundidade do que o habitual. Usain Bolt ganhou os 100 e os 200 m e bateu os respectivos records mundiais. Bolt é o homem destes jogos.
P.S.: O dirigente máximo do COI criticou Bolt pela forma como festejou a vitória dos 100m. Os burocratas são assim. Só a alegria ou a genialidade os incomodam. Agora era a altura de mostrar o video do record de Usain Bolt que no final festeja. Aparentemente o youtube não o mostra. É o estilo China…
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