Faster, higher, stronger. Mais rápido, mais alto, mais forte. É isso que se espera dos jogos olímpicos. A corrida, o salto e a luta são modalidades que encaixam naturalmente na lógica de citius, altius e fortius. São modalidades “naturais”. Correspondem a necessidades ancestrais de sobrevivência. Os jogos olímpicos dos gregos antigos eram assim. Os jogos de hoje não.
Na verdade os jogos estão bem colocados na silly season. Como alguém dizia, há dúzias de modalidades, há modalidades para tudo. Só mesmo os jogos olímpicos para que alguém contabilize como vitória nacional uma medalha numa modalidade merdosa como softball, que ninguém sabe o que é, ou num desporto ridículo como natação sincronizada, modalidades que não interessam a mais de uma dúzia de pessoas na maior parte dos países. Mas afinal quantos praticantes há de saltos para a água no mundo inteiro? O campeão dos saltos para a água é pois o ilustre (?) campeão das menos de 500 pessoas que, no mundo inteiro, praticam a modalidade a sério.
Há certamente uma diferença entre ser campeão dos 100 metros e ser campeão de badmington, desporto olímpico estúpido e paneleiróide. Citius, altius, fortius, paneleirius, afinal de contas. A contabilidade das medalhas que os países ganharam põe tudo no mesmo saco. Nesse sentido, os jogos olímpicos são também o grande momento dos pobres: o momento em que as modalidades que não valem um peido são apresentadas e contabilizadas como modalidades a sério, ou seja, como os desportos realmente competitivos. Os jogos olímpicos são a silly season do desporto. Tragam-nos o futebol de volta.
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