Durante a Guerra Fria, os EUA e a URSS criaram mecanismos que aliviaram as tensões bélicas entre as duas potências.
A ideia de criar um tratado que regulasse, limitasse e reduzisse o número de armas estratégicas surgiu em 1967 e levou à assinatura do primeiro – SALT I – em 1972.
Desde então, foram negociados os acordos SALT I, SALT II, START I, START II e SORT, nem todos ratificados.
Os acordos incluiam cláusulas para que cada uma das partes pudesse verificar, no local, se a outra parte estava a cumprir o acordado, nomeadamente, o número e tipo de armas instaladas.
Enquanto duraram, os acordos foram um sucesso e permitiram uma redução de 85% das armas estratégicas instaladas, de mais de 10.000 para cerca de 1.500, em cada um dos blocos.
Porquê, então, a guerra na Ucrânia?
Todos os tratados anteriores eram limitados no tempo: tinham prazo para terminar.
As tensões criadas ao longo do tempo com a invasão da Geórgia, por parte da Rússia, e do Iraque por parte dos EUA, assim como o avanço da NATO e a vontade de instalar mísseis no leste na Europa, tornaram difícil a renovação dos tratados.
Putin e Biden estavam, até há pouco tempo atrás, a considerar a renovação destes tratados.
Os tratados (SALT/START/SORT) permitiam manter o equilíbrio de forças e a segurança no hemisfério norte.
Foi, provavelmente, a hipótese de adesão da Ucrânia à NATO, com o desequilíbrio a pender para os EUA, que despoletou a guerra.
Nenhum país é realmente soberano: são todos joguetes nas mãos destas grandes potências.
Os EUA, a Europa e a NATO sabiam que o Putin poderia atacar. Podem ter pensado que a colocação de tropas na fronteira da Ucrânia era bluff, pelo menos até umas semanas antes da invasão. Depois, os serviços secretos americanos confirmaram que a invasão ia ocorrer.
Mas não quiseram resolver o problema pela via diplomática. Esperaram que o Putin se queimasse face ao Direito Internacional. O Putin não tinha justificação para invadir a Ucrânia.
Foi aí que o Putin inventou os nazis que massacravam o povo ucraniano, manipulou o número de mortes no Donbass e invadiu para proteger. Estava justificada a entrada, face ao Direito Internacional.
Quem é o culpado da invasão?
O Putin, claro. É um criminoso de guerra. Mas os EUA, a Europa e a NATO também são culpados.
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