Teletransporte

Há uns anos atrás, quando se conseguiu, pela primeira vez, efectuar o teletransporte de um fotão, Jorge Dias de Deus, meu antigo professor do IST, apareceu na televisão a explicar o processo e disse que o teletransporte de matéria ainda ia demorar muitos anos. Primeiro, iriam conseguir teletransportar partículas, depois átomos e só depois moléculas simples. Lembro-me vagamente de ele ter apontado o horizonte temporal de 50 anos para este objectivo.

No entanto, em cerca de uma década, já se teletransportam objectos macroscópicos com milhares de biliões de átomos. Ver Reuters, Scientific American, Iskenderiye (blog), ou o artigo original na Nature (se forem subscritores).

Ou melhor, se lerem bem os artigos, o que a equipa de Eugene Polzik conseguiu teletransportar foi a informação quântica de uma nuvem de átomos de césio para outra nuvem situada meio metro ao lado. Mas deu um salto gigantesco ao conseguir ler a informação quântica original (à tempeatura ambiente, e não a poucos graus Kelvin) sem a destruir. Este era um dos grandes óbices ao processo do teletransporte e está bem patente no princípio da incerteza de Heisenberg.

E o que é que vamos fazer com isto? Saltar directamente da cama para o posto de trabalho sem necessidade de estar em filas de transporte? Fazer a barba e encher o bandulho pelo “caminho”? Ainda não. As aplicações imediatas são na comunicação e computação quântica, para a qual já há protótipos em curso. Traduzindo por miúdos: computadores e comunicações estonteantemente mais rápidos. Isso, sim, é um futuro próximo.


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Comentários

3 comentários a “Teletransporte”

  1. Avatar de Tessa
    Tessa

    estonteantemente

  2. Avatar de Tessa
    Tessa

    A esta altura já os japoneses fizeram uma máquina dessas.
    Só falta aprimorar e dar uns retoques finais.
    Quando estiver pronta quero uma.
    É só para poder ir viajar enquanto os putos dormem.

  3. Avatar de alex
    alex

    OK, já corrigi o estonteante

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