Realizou-se em Maio deste ano, em Nanquim, na China, um congresso internacional sobre a fome. O objectivo do congresso era, reunindo algumas das mentes mais brilhantes do mundo, encontrar soluções criativas para lidar com o problema urgente da fome. Um investigador português presente no congresso aventou a possibilidade de aumentar a comida disponível eliminando os canídeos.
Alguns congressistas riram, mas o investigador insistiu. Basicamente, segundo ele, existia uma escolha óbvia que consistia entre optar por alimentar os cerca de 500 milhões de canídeos existentes nos EUA, Europa, Canadá, Brasil, Austrália e África do Sul ou, alternativamente, optar por alimentar cerca de 50 milhões de pessoas que correm risco de vida por falta de alimento. À hora do almoço juntaram-se a ele dois investigadores, um australiano e um chinês. O investigador australiano, um nutricionista, conhecia bem o mercado da alimentação canina e disponibilizou-se a fazer os cálculos do número de calorias e recursos alimentares efectivamente necessários para alimentar a população canídea. O chinês ajudou nos cálculos e propôs uma última contribuição: exportar os canídeos para a China e Vietname, onde são reconhecidos como apreciadas iguarias. Decorreu um total de 5 horas desde a proposta inicial até ao fim do almoço dos 3 prováveis futuros Nobel que se propõem solucionar a questão urgente da fome. Segundo os 3 investigadores, a solução apresentada não chega para resolver totalmente o problema, mas constitui um contributo muito significativo, cabendo à sociedade civil decidir da sua aplicabilidade.
O prémio Nobel já está garantido, dizem os especialistas. Resta agora saber como reagirão as forças do mercado a esta proposta. Afinal de contas, um rotweiller americano tem mais poder de compra que uma família esfomeada em África, pelo menos a avaliar pelo gasto diário em ração.
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