O Joe é um dos cromos do último ano. Surgido do nada, aterrou na realidade portuguesa, folclórico como um Jardim e arrogante como um Belmiro. O homem fala duas línguas: uma, que só ele fala, que é um misto de português com inglês e com afrikander; e outra, que toda a gente percebe, que é a do dinheiro. Depois de pensar no Berardo achei que o Berardo é o homem que está a fazer falta. Estão a ver o episódio do BCP? Basicamente, o que o Berardo fez foi dizer àquela gente que o dinheiro era dele. Ou seja, o dinheiro dos salários milionários dos administradores era dele. O dinheiro que se passeava pelas off-shores era dele. O dinheiro que se emprestava à papo-seco e que não era devolvido era dele. Estão a ver a palavra de ordem do Berardo? “- O dinheiro é meu, o dinheiro é meu!”. “Vai-ta foder!”
Estão a ver as indemnizações a administradores nomeados politicamente? Estão a ver os políticos com 2 e 3 reformas e à procura de mais? Estão a ver o dinheiro estragado nas Expos e nos 10 estádios do europeu de futebol? Estão a ver os empréstimos do Citibank pagos a peso de ouro?
Estão a ver os TGVs e aeroportos? Estão a ver aquelas obras todas caríssimas? Estão a ver o plano megalómano de obras públicas que aí vem e que esgota a capacidade de endividamento e de investimento do país nos próximos 20 anos? Basicamente, é dinheiro do contribuinte. Só que o dinheiro do contribuinte está ali à mercê. Ou seja, não está ali ninguém para fazer como o Berardo e berrar “O Dinheiro é meu! O Dinheiro é meu!”. A solução para os problemas de esbanjamento do país passa pois pela criação de um cargo novo, o de Procurador Geral do Contribuinte. Tem que ser um gajo chato, sovina, arrogante, que vá atrás de quem gasta o nosso dinheiro e não lhe largue os colhões até o gajo largar a massa que nos pertence. Tens que ser tu Berardo.
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