Os maoistas vieram devagarinho e com pezinhos de lã. Sem luta armada tomaram o poder pelos meios usuais de eleição, negociação ou compra.
Politicamente até podem dizer que não, que foram desvios de juventude ou influências maléficas pós Maio ’68 ou Abril ’74. Mas é nas acções que se vê a sua ligação ao homem do livrinho vermelho. Aliás todos temos um pouco de Mao em nós. Temos sempre no bolso a solução milagrosa.
O velho Zedong, para queimar etapas e, provavelmente, fingir que sabia para onde ia, idealizou e levou a cabo o seu celebre Grande Salto Em Frente que matou milhões de pessoa e que seria encapotado na história oficial com o eufemisticos título de Três Anos de Desastres Naturais. Líderes.
Os jovens maoistas quarentões e cinquentões enveredaram por outro género de saltos em frente com as consequências que hoje vemos:
Agricultura: Esta é antiga. A riqueza dum país mede-se pela taxa de abandono da agricultura. As ciências sociais dizem mais ou menos que “Quanto menor for a quota de população afecta às indústrias primárias e à agricultura mais evoluido é o país”. Levado ao extremo, e considerando-se, até pelos próprios – os chamadas subsidio-dependentes – que se trata duma actividade não lucrativa (excepto quando temos fome), um país nem necessita de agricultura. Pode importar tudo do exterior (até arroz)… Hoje olham-se as consequências com preocupação.
Neo-liberalismo (“Deixem jogar o mercado”): a ganancia fez com que actualmente os mesmos venham pedir ajuda ao desprezado estado para os safar da falência e assegurar a sua continuação no dito mercado.
Bio-Combustível (“Energia Barata e Pra Todos”): Afinal os senhores de turbante continuam a rir-se e a fome espreita em todo o mundo. De repente o relatório dos consultores foi posto em causa. Então e os custos? Estamos a levar um morro nos cornos e a perceber (será?) que o Infinito não existe à escala do planeta. Parafraseando, “A suspensão das exportações na Tailândia podem causar o racionamento alimentar nos Estados Unidos”.
O Batatal: Os maoistas que estão na ONU tiveram mais uma ideia peregrina: vamos todos plantar batatas! Afinal a batata é que nos vai salvar! Nem engorda e é muito nutritiva! E vai corrigir o erro do bio-combustível, do neo-liberalismo, et ad nausea…
Na realidade é o pânico (abafado). A inexistência de soluções perfeitas e únicas é algo que não cabe na cabeça de tipos que toda a vida foram mimados e nunca tomaram consciência de que poderia chegar o dia em que seria necessário cavar uma leira para sobreviver.
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