Perdão da dívida grega. É a notícia que enche as capas dos merdia. Perdão da dívida. Problema resolvido. Todos de congratulam. É a simplicidade em todo o seu esplendor. O problema está nos pormenores. Os merdia não ligam aos pormenores. Pormenores, só aqui no chornal, claro.
O perdão da dívida grega é feito com o acordo “voluntário” dos credores. Pormenor um, ninguém ouviu publicamente a voz dos credores. Não existe uma voz unânime dos credores. Pormenor dois, o perdão assume que os gregos estão dispostos a continuar na palhaçada do pagamento da dívida. Pormenor três, a Fitch (uma das 3 agências de rating) já disse que considera o perdão “voluntário” um incumprimento. Incumprimento significa a obrigatoriedade de pagar todos os seguros de dívida (vulgo, CDSs), exactamente aquilo que se pretende evitar. Pormenor quatro, esse valor é muito maior do que o da dívida grega. O perdão da dívida grega pode desestabilizar mais rapidamente do que o seu pagamento.
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