Rolha(s)

Os professores não podem falar em público dos problemas que existem nas escolas,
mesmo que sejam intervenientes directos. Os médicos não podem falar dos problemas
que, eles melhor que ninguém, sabem existir nos hospitais. Os polícias também não podem falar.
Os trabalhadores das Finanças também não. Os juízes não se podem pronunciar sobre as decisões de outros juízes. Os militares não podem, nem depois de reformados, coisa única no mundo, falar dos problemas militares.

Embora com bons motivos, certamente, o Estado remete todos os que têm conhecimento de causa ao silêncio. Em substituição de todos eles, a TV e os media dão-nos o privilégio de ouvir os Pachecos Pereiras, os Jorges Coelhos, os Sousa Tavares e o Marcelo. São os ilustres sabe-tudo da nossa praça que falam, e sabem, de tudo: direito, ensino, saúde, defesa, economia, futebol, crochet, pesca submarina, restaurantes, cáries dentárias, queda de cabelo e celulite.

P.S.: É a lei da rolha sobre todas as actividades do (E)estado. Os jornais que se cuidem…


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Comentários

3 comentários a “Rolha(s)”

  1. Avatar de carnide
    carnide

    Ironias. Salazar volta, estás perdoado. Engels volta, estás perdoado. A história sempre se repete, da primeira vez como uma tragédia, da segunda como uma comédia. Eh eh eh eh…

  2. Avatar de Obla Bin Ob-Laden
    Obla Bin Ob-Laden

    Muito Bem! Apoiado!

    A luz do bem ilumina os vossos grandes líderes. O Salvador, que está lá nas alturas, à direita do Pai (é o 54654º), ficará agradado e olhará para nós pensando: “Sim! Apesar de se dizerem livres, e capazes de eleger os seus governantes, o bom povo português aprendeu as vantagens da Santa Ignorância. E a que belos herdeiros deixei governação da pátria. Este sim é o belo Portugal do Futuro!”

  3. Avatar de alex

    Eu quero uma.
    Mas do outro lado tem que estar uma garrafa de tinto… daquelas que não fazem parte do cabaz do IVA.

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