Detido em Guantánamo em risco de ser condenado à morte apela a Sócrates
São indescritíveis as barbaridades executadas por carrascos norte-americanos relatadas pelo advogado de um preso de Guantánamo. Até dão vómitos.
Entre outras coisas, passaram um dia inteiro, em Marrocos, a cortar-lhe a carne com lâminas até ele confessar estar ligado à Al-Qaeda. Depois pernoitaram num hotel no Porto, estagiaram nos Açores e rumaram a Guantánamo. E agora foi condenado à morte.
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Absolutamente degradante! Uma luta destas ganha-se do ponto de vista moral, e não do ponto de vista atávico-bárbaro-imbecilocrático-fundamentalista-ignóbil.
Com chefes como o Bushas, a liderança moral do Ocidente desfaz-se.
E se um dia os iraquianos mostrarem imagens de tratamento similar a ocidentais? Ficaremos indignados. Nesse dia vamos exigir que se respeitem os prisioneiros.
Claro que podemos sempre tentar acreditar que eles nunca conseguirão aprisionar 1 único ocidental das várias centenas de milhares que por lá andam(!?). Ou então, acreditar que aprisionando não fariam nunca esse tipo de abuso, ou seja, acreditar que eles não praticam os actos de terror (terrorismo) que o ocidente pratica. Mas nesse último caso ficaria a questão de saber quem é que é terrorista.
Em tempos criaram-se convenções para, em caso de guerra, dar alguma a protecção a cidadãos indefesos e a prisioneiros de guerra. O jogo da guerra continuou a ser jogado, com o sofrimento que lhe é inerente, mas sem alguns dos seus piores momentos.
Quando o buchas torneou essas convenções
gerou um retrocesso civilizacional no qual arrastou a UE. Esses abusos não tiveram uma oposição convincente da UE. Não seria certamente um cherne…
Esses abusos tiveram uma oposição convincente nos EUA. McCain, como militar, como ex-prisioneiro de guerra, sempre se manifestou contra esse tipo de abusos. Longa vida ao próximo presidente dos USA!
A liderança moral do Ocidente anda pelas ruas da amargura. É um trambolhão civilizacional em dois momentos. O primeiro, no qual os abusos acontecem.
O segundo, bastante mais grave, no qual os actores políticos, os media e os fazedores de opinião legitimam os actos, através do seu discurso ou de um estratégico e conveniente silêncio.
Para mim, o pior que o Buchas fez foi mesmo destruir a ténue coexistência pacífica que a Europa tinha conseguido construir com o Mundo Muçulmano, durante os últimos 1000 anos.
Hoje, ambos Europa e Muçulmanos, se vêem uns aos outros com alguma desconfiança. Tenho a sensação de que não está ainda tudo estragado. Os muçulmanos sabem distinguir um europeu de um norte-americano e os europeus também distinguem um muçulmano de um terrorista (desculpem o discurso orientalista).
O Cherne, um lambe-botas assumido do Buchas, também não é o melhor líder para a Europa, embora os conselheiros que lhe foram impostos, o façam ver o mundo com olhos mais europeus.
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