Ainda a história da aluna e do telemóvel…
As soluções encontradas mostram como se tratam estes assuntos:
- A maior pena (?) é para o puto que colocou o vídeo na net (ou seja, para quem divulgou o que se passava). Como dizia um nosso amigo: só a verdade é revolucionária! Daí que se entenda que esse aluno é que é “O” problema.
- A pena para a aluna é uma mudança de escola, que é uma pena cujo conteúdo nem se percebe bem.
- A professora não dá aulas na semana seguinte, o que é certamente uma redução do seu estatuto.
Alguns pormenores devem ser objecto de reflexão:
- Num pasquim qualquer justificava-se o comportamento da aluna dizendo que o telemóvel teria fotografias comprometedoras. E que como tal a aluna teria tentado evitar que outros tivessem conhecimento dessas fotos (nós, mentes rascas, pensamos logo no episódio das mestras argentinas). Coloca-se, então, eventualmente, a questão do direito da aluna à sua imagem e à sua intimidade, direito esse que, sem dúvida, prevalece(ria), sobre a proibição de posse do telemóvel na sala.
- Ainda não se percebeu se a proibição em vigor nas escolas:
a) é uma proibição da posse – o que não parece ser verdade, caso em que os alunos portadores de telemóvel não poderiam entrar nas escolas.
b) é uma proibição do uso – caso em que o aluno só está em infracção no momento do uso,
c) ou se é uma proibição do uso – que legitima que em caso de uso repetido o telemóvel lhe seja retirado.
Provavelmente a última é a interpretação mais comum, provavelmente é essa a que a professora adoptou, tendo tido o azar de ter encontrado oposição. Sendo assim, a sensatez fascisto-salazarista que trazemos entranhada recomendaria que os intervenientes se remetessem ao silêncio e se refugiassem no sigilo. É isso que se faz em portugal, não é à toa que nos chamam o portugal dos pequeninos. Só que isto já não é um portugal dos pequeninos, é um portugal dos marrecos.
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