O estado vai à falência, e depois? É esse o problema das dívidas soberanas. É por isso que valem menos do que as outras. Porque é difícil recuperar a dívida. Pelo menos num estado democrático.
Para que os credores recuperem as dívidas é necessário que os eleitores votem nos seus representantes. Nos representantes dos credores. Difícil, atendendo a que o seu objectivo número um é retirar dinheiro aos eleitores para entregar aos credores. Difícil, mas não impossível.
Diversos escritórios de advogados trabalham para os credores e estão dispostos a fornecer governantes. Estão dispostos a fornecer governantes para o PS. Estão dispostos a fornecer governantes para o PSD. Estão dispostos até a fornecer personagens respeitáveis para a oposição. Para uma oposição responsável, claro.
P.S.: Os islandeses não foram na conversa. Referendaram o pagamento da dívida e disseram não. Mas o governo fez campanha pelo pagamento. O governo eleito já depois da Islândia estoirar. Por mais voltas que se dê, os credores conseguem colocar no governo os seus agentes. Por mais voltas que se dê, os credores fazem dos governos suas agências.
Deixe um comentário