É o pior acidente nuclear de sempre. Quase de certeza. Quatro reactores nucleares. A 200 km de Tóquio. O maior agregado populacional do mundo. Trinta e quatro milhões de habitantes. À mercê da sorte.
Nada se sabe do que se passa no Japão. Nos filmes que nos mostram do Japão não há mortos. Não há feridos. Não há gente a boiar por cima de água. A informação que vem do Japão é filtrada. Mostram-nos as imagens dos fenómenos e dizem-nos as consequências sobre as pessoas. Não nos mostram imagens das consequências. Nem do sismo, nem do maremoto, nem da crise nuclear. A informação é filtrada. Tal como em Chernobyl, a gravidade da crise nuclear pode esconder-se por vários dias.
Há dias, um amigo meu dizia: “se há alguém preparado para um sismo daqueles, são os japoneses”. É verdade. E se há alguém preparado para ter centrais nucleares são os japoneses. Desgraçadamente, quem tem um sismo daqueles a cada mil anos não devia ter arriscado a opção nuclear. O Japão é o terceiro país do mundo com mais centrais nucleares. É talvez o país do mundo com mais actividade sísmica. Um nonsense brutal.
Neste momento, 50 heróis estão a morrer na central nuclear. Pelas vidas dos seus familiares e de todos os outros. Os 50 heróis são a esperança de 40 milhões de pessoas. Que deus os proteja.
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