afinal compram ou vendem?

Ó menina, mas afinal quer ou não quer? As gajas são assim. Não sabem se querem ou não querem. Já sabemos como isso acaba. Acabam a levar na cona. É a natureza das coisas. É da natureza que quem não sabe o quer se foda. Sempre foi assim. Não temos paciência para quem não sabe o que quer. A não ser que seja gaja. Para gajas temos uma paciência infinita.

Para gajos que não sabem o que querem é que não temos paciência. Um gajo que não sabe o que quer é um gajo que está a pedir uma estalada nas ventas. Toma lá uma chapada, que é para saberes o que queres. Não sabes o que queres? Toma lá, agora já sabes.

Hoje (ontem,17 Fev…) Portugal vai ao mercado da dívida. Hoje vai haver uma emissão de títulos de Tesouro. Leia-se, hoje Portugal quer vender a dívida. Ao mesmo tempo, hoje vai haver também uma recompra de títulos. Leia-se, hoje Portugal quer comprar a dívida. Não sabem se querem vendê-la ou se querem comprá-la. Portugal é um país de atrasados mentais que não sabem o que querem.

Claro que o ministro das finanças tem uma esperança. Tem a esperança de ganhar dinheiro a comprar e vender ao mesmo tempo. A comprar e a vender a gajos que sabem mais daquilo a dormir do que ele acordado. O ministro pensa que vai encontrar “sol na eira e chuva no nabal”, sendo a eira e o nabal os mercados das operações de compra e de venda da dívida. A esperança é um apanágio dos patos-bravos. Quanto mais pato-bravo, maior é a esperança.

P.S.: Na verdade, tudo o que dissemos acima é mentira. Portugal vai comprar e vender duas dívidas diferentes. Compra a de curto prazo. Vende a de longo prazo. Uma esperteza saloia. Para todos os efeitos, vão no bom caminho. On the right track…


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Comentários

2 comentários a “afinal compram ou vendem?”

  1. Avatar de transmutante
    transmutante

    O expresso confirma as previsões do chornal. O Pacheco Pereira vem dizer que esta semana Portugal esteve à beira da bancarrota. O expresso confirma as previsões do chornal, mas sem a nossa inteligência. Temos uma novidade para os especialistas do expresso. Quando se está à beira da bancarrota num dia, continua-se à beira da bancarrota no dia seguinte.

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