Primeiro eram os PIGS. Uma coisa dos países do sul. Os europeus de segunda, face aos branquinhos do norte. PIGS, de porcos. PIGS, uma parábola moral. E riam-se muito os ricos do norte. De nós, pretos.
Depois, PIIGS. Os irlandeses juntaram-se ao grupo. Irlandeses branquinhos, bem comportadinhos. Difícil de explicar, para os racistas dos merdia. A crise dos irlandeses só podia ser um acidente. Só podia ser uma coisa temporária. Para os merdia, a Irlanda continuará certamente na senda gloriosa do sucesso reservado aos branquinhos do norte.
Depois, os países periféricos. Já não são porcos. Para não ofender os irlandeses. E o mais que venha. Porcos, só aqui, no sul. Inventaram então os países periféricos. O que têm de comum os países da crise? São periféricos. Fixe. Os economistas produzem nomes, só isso.
Agora é a nossa vez de dar um nome aos países da crise: porquiféricos. Países porquiféricos. Uma criação do chornal. Também sabemos criar nomes. A crise ataca os países porquiféricos. Países porquiféricos, apostamos na miséria, a única vantagem competitiva realmente sustentável. O futuro é nosso.
P.S.: Não se esqueçam de googlar por países porquiféricos para verem o que acontece.
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