As notícias da semana são o aumento do IVA, o corte nos salários dos funcionários públicos e o congelamento das pensões. Motivos? Juros da dívida pública a 7%. CDS a 500 pontos. O descalabro previsto pelo chornal há muito.
O anúncio do sr. sousa foi barulhento. Para esconder que falharam redondamente no orçamento anterior. Que o corte dos salários públicos não dá para pagar 1 submarino. Que o corte nos salários é cerca de ¼ do que se gastou no BPN/BPP. Que na véspera terminou o prazo para surgirem compradores para o BPN. Que há agora uma injecção urgente de dinheiro do estado em empresas públicas que até aqui se endividaram livremente e astronomicamente. Que não têm qualquer garantia de conseguir aumentar o IVA. Que decidiram no próprio dia tomar as reformas da PT. Que precisam mesmo do dinheiro da PT. Que ainda não sabem como vão reagir os accionistas da PT. Que os bancos vão despachar as suas reformas para o contribuinte. Que o contribuinte vai pagar a reforma do Jardim Gonçalves. E a reforma do Cadilhe. Sabíamos que íamos pagar a reforma do Cadilhe. Mais certo do que o cagar. Tão certo como a visita e o relatório da OCDE serem uma encomenda para justificar as medidas do dia seguinte. Um teatrinho para crianças.
No meio disto tudo, simpatizámos com algumas medidas que entretanto já foram tomadas. O corte nos medicamentos para diabetes. Já está. Aí é que é cortar. Pois claro. Se os gajos não tomarem os medicamentos reduz-se a despesa. Deixam de receber a reforma. O corte nos medicamentos para os doentes mentais. Os governantes estão dispostos a fazer sacrifícios. Os governantes estão imparáveis. António Costa propõe que quem entre em Lisboa pague um euro. Um euro por cada entrada em Lisboa, por terra, mar ou ar. Uma medida medieval. Há quem nos queira chupar já de qualquer maneira. E tenha a garganta funda. Não é fácil resistir.
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