Gostamos de bater no JCN. O JCN é um gajo fixe, um bom cristão. Um cristão é alguém que dá a outra face quando lhe batem. Nós vemos isso como uma oportunidade. O JCN é um historiador da economia. Um historiador porque conta histórias. Hoje o JCN traz-nos umas belas histórias da carochinha:
(…) o país corre o risco de falir (…) Quem tem culpa da crise? Esta pergunta (…) não faz muito sentido. Primeiro porque não é aquela que realmente interessa. Essa seria: o que devemos fazer para sair da crise? Procurar culpados é evitar soluções. (…) E não foram os maus que ganharam com isto. Fomos todos. (…)
Para o JCN, todos fomos culpados. Porque todos andámos a ganhar indevidamente. Duas mentiras. Na verdade, os 2 milhões de trabalhadores precários não são culpados de nada. Os 750 mil desempregados não são culpados de nada. Os 300 mil com o salário mínimo não são culpados de nada. Juntos, são 60% dos trabalhadores. Não vivem com excesso de regalias ou direitos. Não são culpados de nada.
Culpado é quem viu as suas poupanças duplicar no BPN em um ano. Culpado é quem teve remunerações e reformas chorudas em bancos falidos. Culpado é quem geriu até ao descalabro e quem entregou ao contribuinte as ditas “imparidades” das instituições. É certamente culpado. Não sabemos do quê, mas é culpado certamente de qualquer coisa.
Conhecemos o significado de “não é preciso procurar culpados”. Conhecemos o significado de dizer que “todos somos culpados”. Os culpados e os seus amigos dizem sempre que não é preciso procurar culpados. Os culpados e os seus amigos preferem sempre que todos sejam culpados. É falso que procurar culpados seja evitar soluções. Procurar culpados é neste caso procurar soluções. Basta para isso que sejam os bens dos culpados, ou dos beneficiados, a responder pela crise.
P.S.: Podem-se achar muito inocentes mas para nós são umas grandes putas. Daquelas que quando a gente as vê não imagina que possam ser tão putas. Daquelas que não interessam a ninguém. Não gostamos de putas.
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