Dentro de poucas horas. Provavelmente quando lerem este artigo já começou. Amanhã a UE do euro apresenta-se nos mercados com uma quantidade de dinheiro inédita. Segundo alguns, 200 mil milhões de euros. Segundo outros, 750 mil milhões de euros. Mais do triplo do custo anual das guerras do Iraque e do Afeganistão para os EUA.
A UE está em guerra. Não se sabe contra quem. Não nos dizem. Um sinal da democracia que temos na UE. Um sinal da liberdade dos media que nos oferecem. Um sinal do pluripartidarismo em que vivemos.
A UE está em guerra contra gajos sem nome. Contra desconhecidos. Contra anónimos. Ninguém tem nome. É uma guerra mais cara do que a do Vietname. Mais cara do que a da Coreia. Mas é feita contra anónimos, é a primeira guerra assim.
Na linha da frente estão a Grécia, Portugal, a Espanha, a Irlanda, a Itália e a Bélgica. Sim, a Bélgica, a sede da UE. Alguém acabou de descobrir que a Bélgica é tão frágil como os outros. Que a Bélgica é um país que nem governo tem, uma espécie de Somália e de Libéria.
Do lado da UE, à frente desta investida, estão o Sarkozy e a Merkel. Um homem de sapatos altos, alguém que quer ser mais do que é. Uma mulher vinda da Alemanha do leste, acabada de aterrar no capitalismo, uma coisa que incompreende. A UE pensa que basta muito dinheiro para ganhar. Pode ser que ganhe.
Do lado contrário, estão os anónimos. O mesmo tipo de gente do episódio Soros-Inglaterra. Quanto mais dinheiro o banco de Inglaterra investia, mais o soros ganhava. E mais os ingleses perdiam. Uma guerra que durou 12 horas e que acabou com a Inglaterra a desistir de entrar no euro. Os pros são perigosos. Como diz algures, we are smarter and more vicious than dinosaurs.
Os sinais estão todos aí. Temos tudo para desconfiar do que aí vem. A última semana foi a do Wall Street Plunge. Quinta-feira, o maior mergulho de que há memória em Wall Street. Mais de 1000 pontos em minutos. Ninguém sabe o que se passou. É o que todos dizem. O governo americano veio dizer que não foram hackers. O terreno tem todos os tipos de armadilhas. É assim em todas as guerras.
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