O menino jesus já não era uma boa história. Um menino a quem vão dar prendas. E que depois acaba pregado numa cruz. Abandonado por tudo e por todos. É uma história do caralho. Não é história que se conte. Não é uma história para crianças. Só mesmo na cabeça de um bando de sádicos e palermas.
O pai natal é muito melhor. Ainda assim, não passa de uma boa merda. Fabricada pela coca-cola. Nos anos 30. Agora o pai natal está nos centros comerciais. A lamber o grelo das compradoras compulsivas. As crianças olham para ele desconfiadas. Querem as prendas mas desconfiam do velho. O pai natal apela às obrigações dos adultos mais do que à imaginação das crianças. É uma criação à medida do capitalismo. À medida da criação de lixo para despejar nos oceanos. Pró caralho mais o pai natal.
Os pinheiros agora são de plástico. A bem do ambiente, diz o discurso oficial. Antes, os pinheiros a sério tinham sido substituídos pelas lichias. Sob o nome amaricado e falso de abetos e pinheiros nórdicos. Agora só já há pai natal e pinheiros de plástico. Pinheiros de plástico o caralho. Podem meter no cú os pinheiros de plástico. Quem é que quer um pinheiro de plástico? E um pai natal americano e consumista? Um pinheiro de plástico amigo do ambiente só mesmo nos pensamentos tortos dos lacaios do capitalismo.
Por cá já estamos fartos de tudo. De jesus, de pai natal e de pinheiros de plástico. É bom que as crianças não saibam. Desta vez, o pinheiro teve que ser de plástico. Porque já não se arranja outro. Mas para isso não precisa de ser verde. É um pinheiro de natal cheio de neve, branco. E o pai natal foi substituído por um inocente boneco de neve.
P.S.: Mesmo a neve no natal é uma ideia importada. Não vem daqui nem da palestina. Vem dos países dos ricos esta ideia de natal. Lá as crianças brincam com a neve porque a têm a jeito. Como nós temos a areia.
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