O gajo era esquisito. Gola à anos 70. Barbas à che. Mais um maluco. Até tinha uma tatuagem do che. E não se calava com a gripe. Era o rumsfeld, a freira, era o esqualeno. O gajo não se calava. Para o gajo a gripe era uma vigarice do caralho. “Leve-me para a Baixa”, disse o gajo.
Ia encontrar-se com um grupo de revolucionários. Gajos como ele. Que não acreditavam na gripe. E que tinham um plano revolucionário. O gajo engraçou comigo, os malucos engraçam sempre, e resolveu contar-me o plano.
“Os gajos inventaram isto da gripe. A gripe é tudo mentira. Não se vê ninguém com gripe nenhuma. E agora vamos fodê-los. Os gajos dizem que dão uma semana de baixa ao pessoal com gripe. E continuam com essa conversa porque ninguém tem gripe. Agora vamos fodê-los. Vamos todos telefonar a dizer que temos gripe. Vamos todos para a baixa. O país vai parar. É a greve geral. E temos um alibi. Todos para a baixa!”
“Todos para a baixa, está a perceber?” – dizia o gajo com ar cúmplice. E ria com pinta de esgazeado. Não lhe cobrei bandeirada. Havia qualquer coisa no que o gajo dizia que fazia algum sentido.
Deixe um comentário