Os nossos milionários estão a ganhar dinheiro na bolsa. Muito dinheiro. Bateladas dele, diz a capa do 24 horas. Mil milhões de euros para o Amorim, 50 milhões para o Belmiro e mais uns milhões para o Berardo. Ganhos desde Janeiro. Estamos felizes. Está tudo na mesma.
Por uns meses a verdade assomou à tona. Era a verdade sobre uma economia de papéis higiénicos convertidos a riqueza. Sobre o enriquecimento de políticos à sombra de bancos. Sobre dinheiro que era emprestadado. A verdade sobre o verdadeiro papel das off-shores cujo fim todos os políticos apregoaram.
Vamos poder contar aos nossos filhos que um dia vimos, ainda que de relance, a tremenda aldrabice em que vivemos. Provavelmente não vão acreditar. Resta-nos a ténue esperança de que a crise volte em força. Temos saudades.
A verdade é que tudo voltou ao normal. Ou quase. Os papéis artificiais estão de boa saúde. Os políticos reclamam de volta o dinheiro pelas nacionalizações dos seus bancos. As off-shores caíram no conveniente esquecimento. Resta-nos a gripe. Ao menos isso.
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