obama e o prémio

Ganhou. O prémio nobel da paz. O presidente do país com mais guerras no activo. E em preparação. E a justificação para o prémio? Nada que tenha feito. Apenas o que diz que vai fazer. É o prémio Nobel da literatura a um gajo que diz que vai escrever um livro.

Entretanto já é presidente há nove meses. Estamos encantados. Os guantanameses continuam presos. O Iraque continua ocupado. Os maus-tratos e enrabadelas aos presos continuam. O sigilo sobre todos os maus-tratos a prisioneiros continua. A imunidade concedida aos militares entendeu-se aos contractors. Os afegãos continuam a ser bombardeados por aviões-robots. A guerra do Afeganistão continuam a ser blindada nos media. Os bombardeamentos em território paquistanês continuam.

O Irão é a grande aposta de Obama. As declarações de guerra ao Irão sucedem-se. Antes era acusado de ter armamento nuclear. Depois, já só de capacidade de produção de armas nucleares. Agora, de informações que lhe permitirão construir armas nucleares. De cada vez, uma acusação mais etérea é usada como justificação suficiente para atacar o Irão. Em breve, os iranianos serão acusados de ter cérebro.

Agora exige-se que o Irão não tenha armas defensivas: mísseis russos (S-300) cujo alcance (150 km) não constitui ameaça excepto a aviões atacantes que estejam sobre o seu território. No fundo, reclama-se o direito a bombardear o Irão quando se quiser e sem riscos. A Rússia poderia ceder o Irão a troco de uma coisa qualquer, porque tem petróleo, mas não quer. A Índia e a China não podem ceder o Irão. Não podem dar-se ao luxo de ficar sem petróleo por um conflito de duração indefinida. A China já enviou a sua versão dos S-300. Os da Rússia, mais avançados, iam no Artic Sea, o cargueiro russo que Israel interceptou em alto mar, pirataria à antiga. É o sequestro em alto mar do mais avançado míssil do arsenal russo, para que possa ser estudado. Uma promessa de paz.

Os EUA são a única potência que coloca sistematicamente tropas nas vizinhanças de todos os seus potenciais adversários. Chineses e russos já disseram estar fartos. Sentem-se os ventos de paz. Vêm dos EUA.

P.S.: and all my promises are lies, all my love is hate…


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Comentários

Um comentário a “obama e o prémio”

  1. Avatar de alex

    Para oferecer mísseis ao Irão, a Rússia só tem que bater à porta da fronteira e dizer: “Tomem lá estes mísseis”. Enviar mísseis a passear à volta do mundo de barco? Só se for para passar despercebido.

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