um problema eleitoral

Quase todos conhecem alguém que está ou esteve a contas com as finanças. Os impostos deixaram de ser os impostos. Passaram a ser as multas, as penhoras, as listas de devedores, etc. Todos, cidadãos, famílias e empresas, temem ser objecto de penalizações desproporcionadas, erros fiscais ou ilegalidades cometidas pelos serviços fiscais. Todos sentem a impotência face à prepotência dos mesmos serviços.

A fiscalidade é a menina dos olhos do bloco central. Veja-se como no debate Sócrates e Manuela se elogiaram mutuamente pelos avanços na máquina fiscal. Houve tempo para tudo, até para a Manuela relembrar elogiosamente os investimentos informáticos do Guterres na máquina fiscal. O bloco central orgulha-se da transformação da fiscalidade naquilo que ela é hoje.

Para os cidadãos e empresas a máquina fiscal é uma máquina de guerra. Uma máquina que não se coíbe de destroçar a vida de pessoas, famílias e empresas. Uma máquina que erra em barda. Que erra e volta a errar. Que deixa cidadãos e empresas pendentes dos seus erros. Que fica com o dinheiro de cidadãos e empresas por tempo indefinido. Uma máquina que produz erros fiscais com consequências gravosas relativamente às quais os responsáveis políticos manifestam a maior insensibilidade.

Quem não conhece alguém com uma penhora indevida de contas bancárias ou salários? Quem não aprecia o princípio de pague agora, por vezes um balúrdio, e conteste depois? Quem não aprecia a sobranceria de um director-geral que, perante uma ilegalidade óbvia, em vez de a corrigir, diz com sobranceria: recorram aos tribunais.

A fiscalidade arrogante e litigiosa que temos é produto do bloco central. O PS e o PSD promoveram o terrorismo fiscal. Contra os cidadãos, as famílias e as empresas. O problema fiscal tornou-se um problema eleitoral grave. É uma das maiores fontes de desconfiança nos governos do PS e do PSD. O terrorismo fiscal promovido pelo PS e PSD volta-se agora contra eles.

O terrorismo fiscal é um excelente cavalo de batalha eleitoral. Para os partidos que não estiveram no governo. O Portas já o agarrou. Os outros, Louça e Jerónimo, são parvos se não o agarrarem também antes que o Portas se aproprie dele.

P.S.: A mim quiseram-me penhorar o salário por causa de uma penhora indevida. Errada. Depois levantaram a penhora. Mas cobraram-me 30 contos pelos “serviços (!) prestados”. Agora querem que as pessoas que levaram com a máquina fiscal votem neles? Vão mas é mamar no caralho.


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Comentários

4 comentários a “um problema eleitoral”

  1. Avatar de o vigário
    o vigário

    Eu também tive um problema do caralho com o Fisco. Queriam que eu “devolvesse” 1250 euros, mais 1250 de multa do tribunal, mais uma quantia que havia de vir de juros e outros nomes estranhos.

    Isto tudo por um erro da Finanças.

    Enviei uma carta para esse tal Director-Geral a reclamar e ele respondeu: “Indeferido. Pague.”

    Enviei outra carta para o Provedor de Justiça. E ele anulou a dívida e as sequelas.

  2. Avatar de alex

    Os erros existem. Mas o povinho que sofreu com eles não é assim tanto.

    Por outro lado, todos os que forem parar ao poleiro vão querer esta máquina fiscal e muito mais.

    Não há alternativa. O Citibank não perdoa.

  3. Avatar de generalcuster
    generalcuster

    É uma festa em grande. Alguém do fisco se gabou de que à conta das penhoras vão vender 75.000 carros até ao final do ano.

    Esta semana é notícia que o pessoal que pagou a multa na hora recebeu depois em casa o papel para pagar a multa outra vez:
    http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?channelid=00000021-0000-0000-0000-000000000021&contentid=214520A1-297E-46FA-957C-EA441E7D36D7

    São milhares e milhares de pessoas vítimas do fisco e de outros serviços do estado que atacam a carteira sem grande preocupação de estar dentro da legalidade.

  4. Avatar de lunatik

    O roubo fácil e descarado, pelo menos fiquei a saber a quem reccorer, ao Provedor de Justiça, uma informação de muito valor, é passar a palavra.
    Cumps.

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