O segredo da paz


Estive a ouvir este álbum mais uma vez, talvez pela trimilésima vez.
Normalmente isto é classificado como música rock-pop, embora também tenha uma sonoridade de rock psicodélico.

No entanto, o som arrastado do saxofone deste tema cai muito facilmente no caixote do jazz. E a voz da Claire Torry?

Durante anos, várias gerações ouviram e perceberam esta mistura, a arte por trás desta amálgama, e alimentaram-se deste som…
Até há pouco tempo.
O álbum esteve, até hoje, 937 semanas no top da Billboard: mais de metade deste tempo foram semanas consecutivas.

Os novos habitantes deste planeta já não ouvem o Dark Side of the Moon com a mesma frequência que os anteriores, criaram uma descontinuidade na lista dos discos mais vendidos, e, consequentemente, dos mais ouvidos.
O mundo está a mudar, e as novas gerações vão destruir a paz conseguida desde 73, aquando da publicação desta peça única. Vêm aí tempos interessantes.


Um comentário a “O segredo da paz”

  1. Obrigado pelo regresso à faceta mais “subversiva” do Chornal.
    Aquando da publicação dos dois últimos álbuns dos Talk Talk (Spirit of Eden, Laughing Stock) e do registo a solo de Mark Hollis, costumava imaginar que esses sons seriam o pano de fundo quase perfeito para os novos templos dos novos cultos que os «tempos interessantes» que se avizinham poderiam trazer – parece-me agora que a descontinuidade que tão bem ilustrou com o The Dark Side of the Moon é o prenúncio de uma ruptura bem mais brutal.
    Cumprimentos.

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